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Os contactos entre a Europa e a Ãfrica, ocorridos desde tempos imemoriais, inicialmente envolvendo as terras bordejadas pelo Mediterrâneo e, de forma globalizante, com as dinâmicas sócio-políticas e económicas imprimidas a partir do século XIX, desenvolveram-se, na maior parte deles, durante este último período, com manifesta transferência de itens culturais europeus para os espaços coloniais em construção. Se essa comunicação tinha sido projectada como unidireccional, a realidade no terreno mostra a emergência de um diálogo cultural que, quando visto no contexto da auréola filosófica que tinha engendrado essa comunicação sistémica, mostrou-se e mostra-se como um processo dialógico paradoxal. De facto, uma (re)leitura de processos relacionais experimentados no terreno indicia a presença de processos que, iniciados num contexto periférico ou subalterno, foram influenciando processos culturais dominantes, a partir da criação de antropemas que, cristalizados, romperam ou rompem os paradigmas culturais que, à primeira vista, constituiram-se em filosofias puritanas ou ortodoxas. Assim, à luz do Congresso, procurar-se-á, num contexto re(des)construcionista, reinterpretar o alcance de uma comunicação criada paralelamente às filosofias dominantes mas que, pela amplitude do grupo sociológico envolvido no contexto lusófono, foi capaz de contribuir para a emergência de uma noosfera que passou a integrar-se num contexto dialógico mais globalizado.

Palavras-chave: Alteridade; intersubjectidade; interculturalidade; “afrolusitanidade”