No Alentejo, ainda existem vestígios da antiga crença popular de que, quando se prolongava o sofrimento de um moribundo por vários dias, se podia oferecê-lo à morte, através de um ritual próprio para o efeito, para que morresse rapidamente.

Assim, a partir da apresentação de uma fórmula mágica usada para chamar a  morte, recolhida em Reguengos de Monsaraz (Alentejo – Portugal), junto do povo, pretende-se expor e explicar o seu contexto de enunciação (a “apregoação†do moribundo), atendendo a alguns aspetos da cultura popular, como crenças e superstições, que o determinam e definem.

Por outro lado, também se deseja refletir sobre a classificação da composição textual em estudo como um esconjuro, enquadrado nas composições líricas de caráter mágico-religioso, com atenção ao poder de que a palavra do povo se reveste – a palavra mágica proferida num ritual associado à morte.