Produção de texto automático no jornalismo desportivo português: estudo exploratório do Prosebot/Zerozero.pt

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João Canavilhas
Adriana Gonçalves

Resumen

Uma das tendências no campo das novas tecnologias aplicadas ao jornalismo é o uso de ferramentas de Inteligência Artificial. As experiências não são novas, mas nos últimos anos ganharam importância por serem uma das opções para ultrapassar a crise que afeta o jornalismo. Na linha de alguns trabalhos que comparam textos escritos por jornalistas e por algoritmos, este estudo exploratório analisa as diferenças entre os textos produzidos pelo algoritmo Prosebot do jornal desportivo português Zerozero.pt e os textos produzidos por jornalistas de várias publicações portuguesas. Com essa finalidade, optou-se por realizar uma análise de conteúdo utilizando a ferramenta Voyant, tendo sido analisadas variáveis como o número e variedade das palavras, o número de parágrafos e palavras por frase, a densidade do vocabulário e a legibilidade dos textos. Além da análise linguística, foi ainda realizada uma avaliação relacionada com o uso das normas jornalísticas. As conclusões permitem dizer que os conteúdos escritos pelo Prosebot respeitam o uso das normas jornalísticas e não apresentam erros de ortografia nem de sintaxe que obriguem a uma revisão humana antes da publicação. No entanto, os textos automáticos são mais curtos, mais pobres em termos linguísticos e seguem uma estrutura muito semelhante, o que os torna menos apelativos. Nesse sentido, a produção automática de texto emerge como uma boa ferramenta de apoio ao jornalismo, mas, para já, ainda não deve ser considerada uma ferramenta com autonomia para produzir notícias.

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Cómo citar
Canavilhas, J., & Gonçalves, A. (2023). Produção de texto automático no jornalismo desportivo português: estudo exploratório do Prosebot/Zerozero.pt. methaodos.Revista De Ciencias Sociales, 11(2), m231102n03. https://doi.org/10.17502/mrcs.v11i2.682
Sección
Notas de investigación
Biografía del autor/a

João Canavilhas, Universidade da Beira Interior

Doutor em “Comunicação, Cultura e Educação” pela Universidade de Salamanca, DEA em Comunicação Audiovisual e Publicidade pela mesma instituição e Licenciado em Comunicação Social pela Universidade da Beira Interior. Atualmente é professor na Universidade da Beira Interior e investigador no Labcom – Comunicação e Artes. A sua investigação centra-se em vários aspetos da relação entre o jornalismo e as novas tecnologias.

Adriana Gonçalves, Universidade da Beira Interior

Doutoranda em Ciências da Comunicação na Universidade da Beira Interior, Mestre em Jornalismo e Licenciada em Ciências da Comunicação pela mesma instituição. É bolseira de doutoramento no Labcom- Comunicação e Artes, onde investiga o potencial das tecnologias de produção de texto no campo do jornalismo.

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